sábado, 30 de janeiro de 2016

Voce esta sendo monitorizado

Eles estao de olho em você

Alguém aqui já teve a webcam hackeada?
Não, mas achei essa sua camiseta bem feia, viu. 

O diálogo acima, extraído de um tópico recente no fórum Reddit, é mais do que uma anedota hacker engraçadinha: é, sem exagero, a tradução de como hoje, numa época em que todos estamos rodeados de celulares e computadores com câmera o tempo inteiro, nossas privacidades estão cada vez mais vulneráveis. 

Não é papo de paranóico, acredite. Estamos cercados de lentes que 
podem, a partir de um ligeiro esforço mal intencionado, registrar tudo o que fazemos em frente às máquinas. São como Olho de Sauron num mundo onde cada link, conexão e arquivo é uma potencial armadilha para assumir o controle de nossos dispositivos.
Exemplos da insegurança das webcams não faltam. O caso mais famoso que se tem notícia, muitos devem lembrar, é o de Jared Abrahams, um americano de 21 anos que, depois de gravar uma dúzia de meninas com suas próprias câmeras e chantageá-las, foi condenado, em 2014, a 18 meses de prisão. O tema ganhou visibilidade porque, entre as vítimas, estava a Miss Teen USA 2013, uma colega de Jared da escola. Mas isso é só a ponta do iceberg. Há muitos outros episódios de espionagem com gente menos famosa – e talvez até mais famosa – rolando por aí. 


O método mais comum, utilizado por Abrahams e outros hackers, é quase tão velho quanto a própria internet: os trojans. Na virada dos anos 2000, era comum amigos enviarem programinhas simples tipo NetBus para brincar de abrir os drivers de CD-ROM um do outro à distância. Na época, todos chamavam o NetBus de um trojan, nome inspirado no mito do Cavalo de Tróia. A função é tipo a arma de guerra dos gregos mesmo: há uma surpresinha desagradável por trás (ou dentro, se preferir) da aparência inocente. "Na
realidade, um trojan consiste em um programa malicioso que é colocado junto a um programa limpo, sem função definida", me definiu um rapaz que prefere se identificar apenas como ☢|EXPL01T3R|☣ e que, segundo o próprio, já usou bastante a técnica para invadir webcams. "Ele pode conter um RAT, e daí sim você vai ter acesso ao computador da vítima."

RAT significa Remote Administration Tool, uma ferramenta que permite monitorar, acessar e controlar um computador – ou dispositivo móvel e qualquer outro equipamento ligado a internet – à distância. É um tipo de software que tem inúmeras aplicações. Fabricantes de computadores e departamentos de TI o usam para prestar suporte e identificar problemas de maneira simplificada, assim como grandes empresas aproveitam as funcionalidades para controlar melhor sua rede. No uso amador, como os milhares de exemplos do Youtube mostram bem, uma galera prefere brincar com as máquinas dos outros.

Até certo ponto é uma brincadeira quase infantil. Um outro jovem de menos de 18 anos que se identifica como ReiGel_ado afirma que já infectou algumas pessoas com RATs, mas parou porque "isso é coisa de 'lammer'". Lammer, assim como Skiddies, é um termo depreciativo da comunidade hacker para tirar a galera menos experiente que usa programas padrões para invadir ou atacar redes.

"Isso [infectar com RATs para acessar câmeras] é bem simples de ser realizado, não precisa de bom conhecimento na área de informática, mas nesse caso se fica mais vulnerável a detecção por antivírus", afirma ☢|EXPL01T3R|☣. Ele conta que, embora nunca tenha se interessado em olhar pelas câmeras alheias, obter imagens das mesmas não é um problema. "O acesso que tinha era irrestrito, e o controle da webcam por padrão sequer necessita de privilégios de administrador."

Os celulares que tudo veem

Embora o papo pareça conspiração, todo desenvolvedor sabe o quanto a espionagem via câmeras de celular é uma preocupação legítima. "Às vezes as pessoas esquecem que elas andam com uma webcam na mão o tempo inteiro", afirma a desenvolvedora Fernanda Shirakawa, que faz parte do Maria Lab Hackerspace, Femhack e Coding Rights, iniciativas com fins variados unidas sobre a bandeira de espalhar a cultura do ativismo digital, programação e 

desenvolvimento de sistemas com foco em integração de minorias.
Não à toa, o requerimento da PF cita "ambas" as câmeras. Os celulares podem, sim, ser invadidos e monitorados por RATs de maneira bem semelhante aos computadores. Isso aumenta a preocupação com o vazamento de imagens comprometedoras na medida que, mesmo que você feche seu notebook na hora de dormir ou enquanto se troca, os smartphones estão lá, na ativa. 

 SE PROTEGE

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