segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

A Carta

A Carta Do NINI SATAR Ao Presidente Da Republica Filipe Nyusi

Carta aberta ao Presidente Nyusi
Esta é a quarta vez que escrevo cartas abertas pra si.
as duas primeiras foram quando houve xenofobia na RSA
pedia a sua intervenção junto a Jocob zuma porque estavam a morrer os nossos concidadãos injustamente.
A terceira foi quando pedia Senhor Presidente pra ouvir o Lider da Renamo

Hoje volto a escrever lhe por eu ser um moçambicano que se preocupa com o bem- estar do meu país e, por outro lado, por sermos conterrâneos: ambos somos de Cabo Delgado. 

Sabe, senhor Presidente: quando o senhor foi escolhido no conclave dos “camaradas” para concorrer às últimas eleições presidenciais, eu ainda estava preso. O meu falecido irmão, Ayob Abdul Satar, já estava em liberdade. Foi ele que me disse que o nyusi foi escolhido a dedo pra ser o próximo presidente.Recordo-me que o meu irmão disse-me que o senhor era uma pessoa jovem, humilde e que seria um bom Presidente da República.
que Mocambique nunca mais voltaria pra Guerra.


Foi por acreditar no meu irmão que também passei a confiar em si, Presidente. Tanto assim foi, que há dias postei uma foto sua na minha página do facebook, em que o senhor desembarcava no Aeroporto Internacional de Mavalane e dispensava a ajuda do seu guarda-costas. Era o senhor que segurava o seu próprio guarda-chuva, caso raro neste Moçambique de tacanhos. Teci rasgados elogios pelo seu gesto e muitos corroboraram comigo.

Só que, nesse entretanto, o senhor estragou tudo, para o meu desagrado. Começou por pedir que o seu guarda-costas, lá na Índia, lhe descalçasse os sapatos para entrar num templo.Depois foi da vez que esteve numa igreja em Tete,A sua cadeira, Presidente, era diferente da dos outros crentes. A sua tinha almofadas suaves e a da maioria dos outros crentes era uma tábua. Madeira mesmo sem almofada nenhuma. Afinal, Presidente: ali não estavam a rezar ao mesmo Deus? Ou seja, de uma pessoa humilde, em pouco tempo o senhor também sentiu o gosto pelo poder? Quer ser tratado de forma diferente da do resto do povo e ainda diz que o povo é seu patrão.

Isto não me interessa apenas estou a chamar atenção.

Quero muito, senhor Presidente, lhe dar o benefício da dúvida, mas decepciona-me a cada instante. O senhor sempre diz que é pelo diálogo para resolver as diferenças entre os moçambicanos e que Moçambique é de todos os moçambicanos independentemente da sua cor partidária, religião, tribo, entre outros.
Só que, Presidente, entre o falar e o fazer vai uma grande distância. O senhor só fala e não implementa. Isto leva-me a concluir que ou o senhor engana ao povo moçambicano ou está rodeado de assessores medíocres que querem empurrar o país para a guerra.

Cuidado senhor presidente estão a por a sua reputação na lama.
o povo vai lhe ignorar e isto não sera bom pra nosso pais.

Presidente, no meu humilde entender, são falaciosas todas essas propagandas dos seus assessores e de algumas pessoas que se dizem serem da Frelimo. Primeiramente disseram que não houve nenhum ataque contra a escolta de Afonso Dhlakma. No segundo ataque, o da sexta-feira, dizem que foi a própria segurança de Dhlakama que começou com tudo. 

Presidente: a mim, como moçambicano, não me interessa saber quem começou com os ataques. Interessa-me que não haja ataques a ninguém. Já o disse um grande sábio que a melhor forma de vencer uma guerra é evitando com que haja guerra. Se o senhor, como sempre diz, é pelo diálogo, afinal o que impede com que se sente com o líder da Renamo para resolverem as vossas diferenças?
convida pra um frente frente diante das camaras o povo ai ficara saber o que a Renamo quer.
Se o senhor é pelo diálogo, com que cargas de água vão sempre o Damião José e outra cúpula dos “camaradas” proferir impropérios contra Dhlakama e a Renamo? Afinal quem manda na Frelimo? É que me custa aceitar que o senhor, sendo presidente da frelimo e alto magistrado da nação, seja desrespeitado pelos seus “sequazes”. 
ou alguma coisa ta errada ou o senhor é Presidente ou esta cumprir a figura do Presidente e alguém esta por tras de si.

Se o senhor diz que é pelo diálogo, o diapasão não deveria ser o mesmo no partido e no Governo? Se sim, então, quem manda atacar a Renamo? Existem alguns desobedientes no partido ou no Governo? Então, expurgue-os. Estão a manchar a sua governação.
É que os senhores andam ai a desestabilizar o país e esquecem que Moçambique não é da Renamo nem da Frelimo. Moçambique é de todos os moçambicanos. Todos temos de ser incluídos na resolução de qualquer problema que diz respeito ao país e ao bem-estar dos moçambicanos.

Talvez ai na Frelimo alguém pensa que Mocambique e uma propriedade privada dá Frelimo se pensam isto tão erados Mocambique e todos Mocambicanos.

As vossas guerrinhas, Presidente, só aumentam o sofrimento do pobre povo moçambicano. Se com a paz já somos um povo sofrido, imagina com essa paz sempre beliscada? São crianças que não podem ir à escola. São os seus pais que não podem trabalhar e muito menos produzir o pouco para o seu sustento nas machambas, e no fim morre os inocentes sem terem feito nada.

Um dia se morrer um inocente do seu sangue talvez ira sentir o que povo sente quando perde um filho um irmão ou parente.

Que país, afinal, pretendemos construir Presidente? Pergunto a si e não ao líder da Renamo, porque o senhor é que é o alto magistrado da nação moçambicana. O senhor jurou fazer de tudo para preservar a paz e o bem-estar de todo o povo moçambicano. Afinal estava a jurar de boca para fora?
Não bastam os problemas que o país atravessa ainda querem provocar uma guerra desnecessária? Não devíamos nos concentrar no metical que a cada noite depreciasse face ao dólar americano? A nossa economia está de rastos, os empresários estão a ficar falidos, os bancos podem entrar em colapso.
Presidente, e julgo eu que esse é o principal problema de Moçambique. Esqueçamos de guerras e provocações e vivamos como irmãos afinal somos filhos da mesma terra.


A nossa democracia, Presidente, não pode ser de fachada, ou seja, para inglês ver. Tem que ser real. Temos que aceitar o outro com as suas diferenças. Não cabe dentro de uma pessoa sensata que tudo o que a Renamo faz ou diz é para desestabilizar o país. Será que não há mais ninguém em Moçambique que pensa a não ser um punhado de gente que se diz ser da Frelimo? Moçambique, para o vosso conhecimento, não é da Frelimo. É dos moçambicanos, sejam eles ricos, pobres, espezinhados, vendedores ambulantes, motoristas de “chapa”, militares, polícias…
Acabem com isso, Presidente, e deixem o povo viver em paz na sua humildade.
Nini Satar
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