quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

NINI

A justiça que Tardou, E Que Mais Tarde Chegou

 3º capitulo

No meu post anterior sobre Paulino, do dia 30 de Janeiro de 2016, dizia que, passo a citar: “Eu acredito no mecanismo do infinito. O dia de amanhã cuidará do dia de amanhã e tudo chegará no tempo exacto. No dia 31-1-2003 um canalha que tinha poderes e martelo na mão e por Ganância porque queria ter mordomias na vida, determinou que me iria tirar 24 anos da minha vida fechado em 4 paredes.

Determinação INJUSTA!!!! Mas a lei dizia se ficares bem comportado com a metade sais. Hoje estou bem. Dizem que o tal Homem anda doente e mal doente.” Fim da citação.
Até esta altura que vos escrevo, o referido post tem acima de 750 LIKES e mais de 250 comentários. 
Muitos desses comentários convergem na questão de que, como creio em Deus e não posso guardar rancor, eu deveria perdoar o Paulino. Outros há também que dizem que quando o Paulino me condenou estava a fazer o seu papel e as ordens vinham dos seus superiores hierárquicos.
Existem outros comentários que falam tanto da religião.
A minha religião é ISLAMICA. 
No Alcorão aprendi as três virtudes mais importantes que são:
1- 1- Ter muita paciência e que Deus resolverá tudo a seu tempo.

2- 2- O mal não se paga com outro mal- Deus fará a justiça.

3- 3- Saber pedir perdão o mais depressa possível à pessoa que magoamos. Talvez assim Deus também poderá perdoar.


Essa de pedir perdão a quem magoamos, é a virtude que Paulino deveria ter. As três citações acima referenciadas, estão inscritas no Alcorão e na Bíblia Sagrada. Sou muçulmano mas também respeito a religião cristã.
Jesus Cristo soube perdoar a todos os que o crucificaram e mesmo a Judas Escariotes quando este o vendeu por trinta dinheiros, mecanismo esse que culminaria com a sua crucificação. Mesmo o próprio Judas, arrependido pelo erro cometido, pediu perdão, contudo, enforcou-se.
Como muitos devem saber, Paulino era um juiz da área laboral. Desta saiu exactamente para julgar um processo-crime e teve em suas mãos o processo Carlos Cardoso. No processo Carlos Cardoso havia recebido ordens precisas para nos condenar mesmo sem provas e deixar de lado o verdadeiro mandante (Nyimpine Chissano). (Se lerem os meus posts anteriores vão entender muita da trajectória do processo Carlos Cardoso).

Muita gente diz para eu perdoar o Paulino. Até porque já o perdoei. Segui os ensinamentos de Cristo quando, mesmo a penar na cruz, disse: “Pai, perdoai-lhes. Não sabem o que fazem.”
E aqui fica uma pergunta: a minha mãe saberá perdoar o Paulino?
A minha mãe que viu dois dos seus filhos a serem presos injustamente por mais de uma década por um juiz que só queria mordomias, saberá perdoar?

Há um episódio que quero compartilhar aqui convosco. Quando estava preso, sempre que pudesse ligava para a minha mãe para lhe dar forças. Acontece, porém, que ao invés de ser eu a dar-lhe forças, ela é que me consolava. E dizia, toda sorridente: “Vocês são os meus guerreiros. Não se preocupem. Saibam que um dia vão sair da cadeia e de cabeça erguida.”

Há um dia que eu liguei à minha mãe. Conversámos e me esqueci de desligar o telefone depois da despedida. Foi então que ouvi a voz do meu pai dizendo a ela assim: “Tu és uma grande mulher. Quando falas com os teus filhos estás toda sorridente, mas logo que terminas ficas triste. O que me preocupa é que não choras”.
E ela, a minha mãe então, respondeu: “Como é que vou chorar se até as lágrimas já me secaram de tanto chorar?”
Enfim, as pessoas têm todo o tipo de comentários porque não sentiram na pele a mesma dor que a minha mãe sentiu. Se o Paulino acreditasse em Deus, deveria ajoelhar-se diante da minha mãe, segurar-lhe as pernas e pedir perdão por ter condenado os seus dois filhos injustamente em troca de mordomias e holofotes. Talvez a minha mãe pudesse entender e perdoar.
“Buscai ao SENHOR, vós todos os mansos da terra, que tendes posto por obra o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; pode ser que sejais escondidos no dia da ira do SENHOR.” (Citação bíblica em Sofonias 2:3).
Contudo, quero mais uma vez dizer que não guardo magoa contra o Paulino. Mas não me peçam para esquecer porque passei. Ele sim, sendo juiz, é que devia procurar o caminho da rectidão. Da absolvição. Paulino não só prejudicou a mim e a minha família. Desgraçou tantas outras pessoas de maneira que nas próximas ocasiões trarei mais posts que revelam quem é este senhor chamado Agusto Raul Paulino.

Para clarificar e reelembrar, António Jorge Frangoulis na altura que me prendeu, também injustamente, seis meses depois veio à BO e disse: “Desculpa, Nini. Prendi uma pessoa errada. Vou hoje prender Nyimpine Chissano, ele é que é o verdadeiro mandante. O teu processo já não está comigo está no tribunal. Em nada lhe posso ajudar. Perdoa-me.”
Quando o Frangoulis estava a emitir um mandado de captura contra Nyimpine Chissano foi exonerado das suas funções com efeitos imediatos. O próprio Frangoulis já disse à imprensa a dizer que as pessoas que estão presas deveriam estar fora e as que estão fora deveriam estar presas.
Hoje, Frangoulis fala muito bem comigo e tem o meu perdão! 

Nini Satar                                     INFOTECNOGAME 2016

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